Modalidades de tratamento para sintomas sexuais da menopausa

As mudanças no epitélio e na musculatura vaginal decorrentes das alterações hormonais, acrescidas da diminuição na lubrificação genital provocam secura vaginal e, muitas vezes, dispareunia, condições que têm sido responsabilizadas pelo comprometimento da atividade sexual feminina na transição menopáusica. Porém, há várias outras condições a se considerar, como os sentimentos, conflitos e disfunção sexual do parceiro, bem-estar subjetivo e a incidência e intensidade dos sintomas menopausais. Devido à multiplicidade de fatores envolvidos no comprometimento da qualidade de vida da mulher climatérica, a oportunidade de abordar suas dificuldades, inclusive as sexuais, é parte fundamental na assistência à saúde. Para investigar as dificuldades sexuais, o profissional de saúde precisa identificar a qualidade do estímulo, o contexto sexual, os impedimentos para o casal conseguir prazer erótico, além de buscar soluções, principalmente por meio de informações relevantes. A psicoterapia pode ter um aspecto mais psicoeducativo, voltado à sensibilização para o reconhecimento das partes do corpo mais responsivas ao estímulo e consciência dos sinais fisiológicos da excitação e do orgasmo. Em relação à testosterona, as recomendações atuais sugerem decisão individualizada, com informações sobre riscos e benefícios, devendo ser considerados as indicações e acompanhamento cuidadoso da paciente. Os fitoestrogênios disponíveis em alimentos e extratos de soja não melhoram a frequência nem amenizam a gravidade dos sintomas menopausais, embora mostrem alguma tendência de melhora discreta, sem significância estatística. Na atualidade, a psicoterapia, a fisioterapia, práticas esportivas e cuidados com a saúde geral têm constituído valiosos aliados no enfrentamento da sintomatologia da transição menopáusica.

Fleury, Heloisa Junqueira; Abdo, Carmita Helena Najjar.

Diagn. tratamento; 15(4)out.-dez. 2010.

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