Tratamento psicoterápico para disfunção sexual feminina

Disfunção sexual feminina refere-se à alteração do interesse pela atividade sexual, à dificuldade com a excitação subjetiva e/ou genital e em desencadear o desejo durante o envolvimento sexual, à disfunção do orgasmo e da dor à relação sexual, bem como à impossibilidade de relaxamento vaginal (para permitir a penetração). O conceito atual de função sexual valoriza o aspecto responsivo do desejo feminino, desencadeado por estímulo e contexto sexual adequados. O diagnóstico deve considerar história médica, psicossocial e sexual, contexto atual, passado e do início da dificuldade, resposta sexual atual e participação do parceiro. Medo de perder o controle, de resultados negativos, dificuldade em permanecer atenta ao momento presente e falta ou informação insuficiente sobre a resposta sexual feminina são frequentes. Para tratar as disfunções sexuais femininas, recomenda-se abordagem multidisciplinar, visto que apenas o tratamento medicamentoso é insuficiente. Inicia-se pela melhora do bem-estar emocional e físico. Segue-se a abordagem da resposta sexual, anatomia e fisiologia genital básicas, orientação sobre atividades e estimulação sexual diferentes do coito e técnicas que facilitem a excitação. Idade e expectativas realistas devem ser abordadas. Algumas intervenções aumentam a conscientização das sensações prazerosas e dos sinais sexuais emitidos pelo corpo, promovem a exploração do corpo e da genitália. Exercícios de autoconsciência têm apresentado bons resultados, assim como modalidades tradicionais de terapia sexual. Terapias de tempo limitado têm mostrado eficiência a custo menor do que processos terapêuticos prolongados. Muitas mulheres podem melhorar a atividade sexual apenas com a criação de um contexto apropriado para a aquisição de informações básicas sobre o funcionamento e a resposta sexual, enquanto outras precisam de intervenções psicoterapêuticas mais complexas.

Fleury, Heloisa Junqueira; Abdo, Carmita Helena Najjar.

Diagn. tratamento; 17(3)set. 2012. ilus

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